CREA summit debate a revolução digital da Indústria 4.0

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Painel destacou o futuro da produção com foco em inovação, sustentabilidade e competitividade global

 

Tulio Duarte Christofoletti, da HarboR, apresentou os caminhos para revitalizar a indústria brasileira

 

O segundo dia do CREA Summit 2024, em Balneário Camboriú, trouxe também para o debate o tema: Indústria 4.0 e Neo Industrialização: A Revolução Digital que está redefinindo o futuro da produção. O painel conduzido por Tulio Duarte Christofoletti, da HarboR Informática Industrial, apresentou os caminhos para revitalizar a indústria brasileira.

 

Para Christofoletti, reestruturação tecnológica e cultural do setor inclui a adoção de tecnologias avançadas, sustentabilidade, regionalização, economia digital e requalificação da força de trabalho.  “Quando falamos de indústria, falamos de tecnologia, conhecimento, bons empregos e qualidade de vida, que impactam áreas como saúde, educação, infraestrutura, mobilidade,” ressaltou.

 

 

Christofoletti: “Ser competitivo e sustentável vem desde o início. O que mudou é o meio para ser competitivo.”

O desafio da competitividade

 

 

Ao contrário da Alemanha e China que tiveram mais estabilidade na participação da indústria no PIB ao longo das últimas décadas, o Brasil teve queda significativa a partir dois anos 90 e 2000. “Quando a gente fala de distribuição de percentual, não significa que a indústria produziu menos, ela é maior e mais eficiente, mas outros setores como de serviços cresceram mais,” explicou.

 

Para o palestrante, manter a indústria competitiva é essencial para assegurar empregos, inovação e desenvolvimento econômico. “Quando falamos de futuro, falamos de sustentar a indústria. O conceito de Neo Industrialização é fundamental para isso,” destacou.

 

 

Um Conceito em Evolução

 

O termo “Indústria 4.0” ganhou relevância desde 2014. A Alemanha, cuja economia depende 30% da indústria, buscou soluções e motivação diante da competitividade asiática. “Hoje, países como a China oferecem produtos de alto valor agregado. A Alemanha respondeu com inovação, porque precisa competir e vender em outros países. No Brasil temos a vantagem de um mercado interno robusto, que pode ser explorado de forma regionalizada,” observou Christofoletti.

 

Ele destacou ainda o papel das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) neste cenário. “A 4ª revolução industrial, motivada pela competividade global asiática, foi pensada para ser acessível às PMEs e é sustentada por tecnologias habilitadoras como a digitalização fabril, a produção autônoma e a personalização em massa, e deve atingir sua plenitude em vinte anos.

 

 

 

Digital, Competitiva e Sustentável

 

Para Christofoletti, todas as empresas e profissionais precisarão adotar um mindset digital. “Ser digital será tão essencial quanto saber se comunicar ou trabalhar em equipe. Mas não basta ser digital, é preciso ser competitivo e sustentável. São as mesmas premissas, o que mudou é o meio para ser competitivo,” afirmou.

 

Ele mostrou a transformação industrial com dados históricos sendo que em 1979, as maiores empresas do mundo eram ligadas ao petróleo, hoje são as empresas digitais que dominam o mercado global. Tal mudança mostra como a tecnologia redefiniu o significado de competitividade.

 

O CreaSummit 2024 realizado pelo Crea-SC, com o apoio do Confea e Mútua, reuniu mais de 2 mil profissionais, estudantes e especialistas de diversas áreas para discutir o futuro da engenharia e da tecnologia por meio da inovação.