Investimento em estrutura subterrânea é sinônimo de desenvolvimento
“Qualquer pais vai precisar de uma estrutura subterrânea forte, é pré-requisito para o desenvolvimento.”, foi o que afirmou o economista Roland W. Waniek em sua palestra sobre Recursos Hídricos e Financiamento Internacional no último dia do 4º Preparatório da Engenharia e da Agronomia para o 8º Fórum Mundial da Água em Balneário Camboriú (SC).
Economista Roland Waniek |
Waniek representa o Institute for Underground Infrastructure (IKT), que é uma instituição independente, que teve inicio nos anos 90, na Alemanha. “O governo juntamente com as indústrias decidiram que precisavam de uma instituição independente que trabalhasse a pesquisa e que atuasse como conselheiro para o governo com ideias e estratégias para melhorar a infraestrutura”, disse o palestrante.
Ele destacou que na Alemanha o Ministério do Ambiente e o de Pesquisa trazem agendas, problemas de conexão do sistema hídrico, e cabe ao IKT juntar especialistas para buscar – a curto prazo – soluções que já existem. “Buscar soluções para o futuro, a longo prazo, cabe às universidades. Nós trabalhamos mais a curto prazo, soluções pontuais”, afirmou.
Segundo Roland, na Alemanha foram investidos 1 trilhão de euros em estrutura subterrânea. O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha é de 3,5 trilhões de euro,ou seja, 1/3 do PIB. De acordo com o palestrante, são 1600 km de sistema subterrâneo de transportes que representam 45 bilhões de euros, quase 600 km de esgoto. Antes de encerrar, o palestrante elogiou a iniciativa do Sistema em promover esse debate que vai subsidiar o Fórum Mundial. Confira a palestra
Waniek, Salati e Kita |
Antes de encerrar a palestra, Waniek elogiou a iniciatva do Sistema em promover esse debate que vai subsidiar o Fórum Mundial.
Saneamento no Sul
Na tarde de sexta-feira, o coordenador de Comunicação do Instituto Trata Brasil, Rubens Filho, palestrou sobre o “Panorama de saneamento nos estados do Sul”. Em sua apresentação, Rubens trabalhou com o conceito dos desafios e avanços do saneamento básico no Brasil, sempre pautados pela Lei 11.445, que é o marco do setor. Além disso, apresentou comparações e projeções em relação aos serviços de água e esgotamento sanitário, tendo como premissa os impactos sociais e econômicos no Brasil. Filho apresentou dados que mostram que São Paulo, Curitiba e Porto Alegre são as capitais com melhor saneamento. Já as capitais do Norte, ocupam os últimos lugares.
De acordo com o ranking do Instituto Trata Brasil, o Sul do país tem 41,43% do esgoto tratado, e o índice de atendimento total é de 41,02%. Segundo Filho, os índices de esgoto na região Sul ainda estão aquém do ideal; os indicadores de acesso à rede de esgoto no Sul do país estão relativamente melhores que outras regiões, com 41% das pessoas com acesso, frente a 8,66% no Norte e 24,7% Nordeste, porém Santa Catarina e Rio Grande do Sul puxam para baixo os indicadores de esgoto, sendo respectivamente 19,44% e 29,40% de acesso à coleta dos esgotos. O Paraná se destaca, pois tem 92,83% rede de água, 65,54%coleta de esgoto e 67,70% tratamento de água.
O palestrante ainda fez os cálculos de quanto custaria universalizar o saneamento em 20 anos. “Seria necessário R$ 317 bilhões para que todos tenham acesso aos serviços de água e esgoto”. Segundo Filho, R$ 2,6 bilhões é o valor de renda perdida em turismo no nordeste brasileiro pela falta de saneamento. Confira a palestra sobre o Panorama de saneamento nos estados do Sul
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Confira as palestras do Preparatório
Recursos hídricos e produção sustentável
Ainda na tarde de sexta-feira, houve a palestra sobre “Recursos hídricos e produção sustentável de alimento” com o pesquisador da Embrapa Cerrados na área de Recursos Hídricos eng. agríc. Lineu Neiva Rodrigues. O palestrante apresentou dados que mostram a falta de gestão e planejamento como fatores preocupantes para o desenvolvimento. Veja o conteúdo da palestra
Já o coordenador de Pré-Operação e Hidrologia Operacional, eng. José Vicente Miranda Rescigno, palestrou sobre “Potencial energético das bacias do Sul (já explorado e a explorar)”. O palestrante defendeu que os planos de recursos hídricos devem ser uma ferramenta essencial para identificar as lacunas, implementar estratégias, construir consenso entre as partes interessadas, orientar a ação concreta e medir o progresso na realização das metas. Confira a palestra
De 02 a 04 de outubro, é a vez de Cuiabá receber o 5º Preparatório da Engenharia e da Agronomia para o 8º Fórum Mundial da Água.
Fernanda Pimentel
Equipe de Comunicação do Confea
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