Mulheres na Engenharia: Evento do Crea-SC e AME-SC homenageia profissionais catarinenses

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Diretoras do Crea junto às profissionais homenageadas e palestrante da noite. Veja todas as fotods das homenagens na galeria

 

 

 

 

Diretoras Janaina, Fabiana, Kamila (presidente em exercício) e Fernanda

O Crea-SC e a Associação de Mulheres Engenheiras de Santa Catarina (AME-SC) promoveram nessa segunda, 23.06, evento especial alusivo ao Dia Internacional da Mulher na Engenharia, homenageando profissionais, conselheiras e colaboradoras indicadas pelas Câmaras Especializadas. Receberam as honrarias as engenheiras Rosicler Maria Vanti, Gislaine Luvizão, Maria Rosa Cé, Taíse Victorazzi, Mayne Francieli Gonçalves, Jaqueline Fernanda de Moura e Dalva Sbruzzi. Saiba mais sobre as profissionais aqui.

 

Estavam na mesa de abertura a presidente em exercício, engª Kamila Rodrigues da Silva; engª Caroline Burtet, representando o presidente do Confea eng. Vinicius Marchese; engª Rafaela Fabris, coordenadora do CDER – Colégio de Entidades Regionais de Santa Catarina; engª Fabiana Alexandra Branco, 2ª vice-presidente do Conselho; engª Fernanda Vanhoni, diretora financeira do Crea e presidente da AME; engª Janaína Andreazza, diretora de relações institucionais; e a engª Daniela Milanez, inspetora chefe de Tubarão. Prestigiaram o evento lideranças da região, o superintendente Flávio Shäfer, assessores da presidência, gerentes e colaboradores.

 

O encontro aconteceu às 19horas e contou com programação especial, incluindo além das homenagens uma palestra com a advogada e professora Leila Sbardella, sobre: “Como investir com segurança e lucratividade”, que trouxe dados na área através de leilão de imóveis. Houve também a participação de Angelita Schäfer, da Essehydrata Cosméticos, que falou sobre óleos essenciais e autocuidado.

 

“Muito me orgulha ver uma mesa de autoridades com tantas mulheres. Assim como as homenageadas indicadas pelas câmaras: todas têm uma história e um legado”, reforçou a presidente em exercício, Kamila Rodrigues.

 

 

“Que possamos inspirar muitas outras mulheres a assumirem cargos de gestão. Não queremos ser melhores nem piores — queremos ser iguais. Parabenizo todas as homenageadas. Os nomes indicados pelas câmaras mostram a nossa capacidade”, disse.

 

 

Para a 2ª vice-presidente, Fabiana Alexandre o evento foi um chamado à consciência, à ação e à transformação. “Hoje, quando peço a palavra, venho fazer valer a nossa voz, que ecoa em cada mulher que ousou desafiar o silêncio. Falo como mãe, filha, profissional, que aprendeu desde cedo que, para uma mulher conquistar um espaço, não basta ser boa, tem que ser excelente, e, ainda assim, muitas vezes não é o suficiente”.

 

Falou sobre os preconceitos: velados, disfarçados de elogio, de dúvidas, piadas e machismos sutis, bem como a ausência das mulheres nas lideranças.

 

“Quantas de nós já tivemos que provar o que já está provado? Quantas já foram tratadas como coadjuvantes mesmo sendo responsáveis técnicas? Mas hoje, aqui estamos, com o respeito conquistado por mérito, porque estudamos, trabalhamos, entregamos resultados e resistimos. Resistir dói, cansa e consome energia que poderia estar sendo usada para criar, liderar, inovar. Enquanto resistimos, outras são silenciadas”, assinalou.

 

“Nos últimos 10 anos, no Brasil, mais de 11.800 mulheres foram assassinadas por feminicídio. Em 2023 foram 1.463 mortes — uma mulher a cada 6 horas. Em SC, 51 vidas perdidas só no último ano”, informou. A diretora citou ainda exemplos de mulheres que desafiaram barreiras, como Enedina Alves Marques, nascida em Curitiba em 1913, que se tornou a primeira engenheira negra do Brasil, projetando a maior hidrelétrica subterrânea do país.

 

“Não somos invisíveis. Não somos frágeis. Merecemos estar onde estamos. Hoje, não estamos mais sozinhas. Somos muitas. Somos apoio, voz e rede que acolhe. Somos presença que transforma, referência que inspira e abre caminhos. Hoje eu não peço licença. Eu ocupo meu lugar. E convido cada mulher aqui a fazer o mesmo. Porque, quando uma mulher se levanta, ela traz consigo muitas outras”, finalizou.

 

Engenheira Rosicler Vanti. Veja todas as homenagedas na galeria nde fotos ao final da materia

A homenageada Rosicler Maria Vanti disse que receber a homenagem é uma honra. “Esse reconhecimento é importante para mim e para todas as engenheiras agrônomas as quais hoje aqui represento. Neste momento também quero expressar meu agradecimento à Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos Vale do Rio Tubarão pela indicação, ao Crea-SC pela distinção e ao Confea pela homenagem da Medalha do Mérito do Sistema Confea/Crea a ser recebida na 80ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia, em outubro em Vitória/ES”.
“Se por muitos anos fui a única presença feminina nos eventos técnicos, hoje, envaidecida, constato o crescimento em número e importância das mulheres engenheiras. O conhecimento técnico é para todos que dele se apropriam e com ele se dedicam, independente de qualquer condição. Há muito estamos preparadas para somar esforços e bons resultados. Juntos, mulheres e homens, homens e mulheres somos mais fortes”.

 

A diretora Janaina Andreazza destacou que o dia foi de reflexão, celebração e reconhecimento. “Um marco que carrega histórias de resistência, superação e transformação. Quando olhamos para a linha do tempo, vemos que somos a prova viva de que, sim, a engenharia é lugar de mulher. Cada uma de nós carrega dentro de si o compromisso com as gerações que vieram antes e com as que virão depois. Trazemos olhares plurais, sensíveis, humanos e assertivos para os desafios da engenharia”, disse.
“Ainda há um longo caminho a percorrer: quebrar barreiras invisíveis, desconstruir preconceitos silenciosos, garantir igualdade de oportunidades. Essa é uma luta de toda a sociedade — da engenharia como profissão e como missão”, complementou.

 

 

A importância das entidades – A diretora financeira e presidente da AME, Fernanda Vanhoni, convidou as profissionais a se associarem e divulgarem a entidade, enviando artigos, participando de palestras. “Isso tudo tem o objetivo de fortalecer a representatividade, chamando as mulheres a participarem do sistema. Temos lugar sim, é um ambiente acolhedor e de muita empatia. Somos uma rede de apoio, uma entidade que quer nos representar e nos defender”.
Comentou a participação nos encontros regionais do CEP de apenas 155 profissionais femininas. “A AME quer entender isso, conhecer nossas necessidades e as jornadas. Precisamos mostrar que nosso trabalho é tão bom quanto o de qualquer profissional”.

 

A presidente do CDER – Colégio de Entidades Regionais comemorou a presença de tantas lideranças e destacou o trabalho da engenheira Kamila. “Se temos uma casa cheia de mulheres, é porque ela começou fazendo um grande trabalho em nossa região e colocou-se à disposição de todas as mulheres do sistema. Se estamos aqui é porque outras mulheres estiveram nessa posição antes de nós. Vamos honrá-las e sejamos inspiração para as que estão chegando.” Enfatizou ainda a importância das entidades registradas no sistema, que são uma oportunidade de representação para todas as modalidades.

 

 

Para a inspetora Daniela Milanez, essa participação das mulheres está ganhando cada vez mais espaço. “Temos que ter em mente que, com todos os desafios, a engenharia precisa muito da nossa sensibilidade. Engenharia é lugar de mulher, sim!”, disse a inspetora, lembrando que o colégio de inspetores é formado em sua maioria por homens. “Mas posso garantir que não é pela falta de mulheres”, convidando todas a se aproximarem dos inspetores do Conselho e conhecerem as funções desempenhadas.

 

 

 

 

Engª Caroline Burtet, gerente regional sul do Confea, representando o presidente do Conselho Federal Vinicius Marquese

 

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