Saúde começa pelo ar: o PMOC e o combate às infecções no inverno

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Com a chegada do inverno, principalmente no Sul do Brasil, onde o frio intenso é parte da nossa rotina, o debate sobre a qualidade do ar interior se torna ainda mais urgente. Como engenheiro mecânico, acompanhando de perto tanto projetos de climatização quanto o impacto da temperatura e da umidade em nosso cotidiano, percebo que muitos ainda subestimam a importância de ambientes bem climatizados e ventilados – especialmente em escolas, onde as crianças são particularmente vulneráveis às infecções virais nesta época do ano.

 

É fato conhecido: basta o termômetro cair que as salas de aula se tornam refúgios fechados, janelas trancadas para conter o vento gelado, e uma quantidade cada vez maior de crianças espirrando, tossindo, carregando vírus que se propagam com facilidade no ar parado. Todos os anos, os índices de infecções respiratórias disparam no inverno, e a situação se repete nas emergências pediátricas do Sul do Brasil. Boa parte desse cenário poderia ser evitada ou minimizada com projetos de climatização adequados, funcionando de acordo com o determinado pelo PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle, exigido pela legislação mas, infelizmente, ainda negligenciado em muitos estabelecimentos.

 

O PMOC não é apenas uma obrigação legal ou um protocolo burocrático: ele é a garantia de que o ar-condicionado, além de proporcionar conforto térmico, está também zelando pela saúde de quem utiliza o ambiente. A manutenção prevista neste plano assegura que a renovação do ar esteja em dia, que os filtros realmente filtrem – e não apenas recirculem poeira, bactérias e vírus –, e que a qualidade do ar interior respeite os melhores padrões definidos pelas normas técnicas. Em regiões frias, essa preocupação ganha ainda mais peso: o ar seco e o confinamento típicos do inverno favorecem não apenas a sobrevivência dos vírus no ambiente, mas também o quadro de doenças pulmonares crônicas.

 

É aqui que entra de maneira fundamental o compromisso do CREA-SC com a sociedade. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina tem um papel ativo na fiscalização e valorização do trabalho técnico qualificado, promovendo o respeito à legislação e à segurança dos projetos. A atuação do engenheiro mecânico, respaldada pelo CREA-SC, é decisiva para combinar tecnologia, bem-estar e saúde nos espaços fechados, promovendo soluções inteligentes que conciliam conforto térmico, renovação e filtragem de ar, mesmo durante as semanas mais geladas.

 

Investir em projetos de climatização bem elaborados e na aplicação rigorosa do PMOC é, em última análise, investir na saúde coletiva. Em tempos de inverno rigoroso no Sul do Brasil, não deveria ser admissível que escolas e demais ambientes de grande circulação abrissem mão desse cuidado. Cabe a nós, engenheiros, líderes técnicos e parceiros da comunidade, fortalecer esta mensagem e transformar conhecimento em proteção real – para o bem de nossos filhos, alunos e de todos que dividem conosco o mesmo ar.

 

Engenheiro Mecânico Diego Osório dos Santos
Coordenador Câmara Especializada em Engenharia Mecânica e Metalúrgica Crea-SC