Santa Catarina mostra liderança nacional na economia azul durante o CREA Summit
Potencial marítimo do estado, avanços na aquicultura e inovação na segurança alimentar foram os destaques do painel “Indústrias do Mar” no sábado (26), em Balneário Camboriú
Por Juliana Galliano
O painel “Indústrias do Mar: Potenciais e Desafios da Economia Azul” encerrou a programação do espaço Tech 1 dia 26.07 no CREA Summit, realizado no Expocentro de Balneário Camboriú (SC). A mesa reuniu lideranças da aquicultura e da vigilância sanitária agropecuária catarinense para mostrar como o estado tem se consolidado como referência nacional e internacional na chamada economia azul.
A mediação ficou por conta de Fabiana Alexandre, gestora estadual da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da CIDASC, que apresentou os painelistas e contextualizou o avanço do setor com base em dados e iniciativas estratégicas.
Tiago Bolan Frigo, secretário executivo da Aquicultura e Pesca de Santa Catarina, abriu sua fala explicando a diferença entre a economia do mar e a economia azul. “A economia azul não trata apenas da exploração dos recursos marinhos, mas de uma utilização sustentável desses recursos. O oceano cobre 71% da superfície da Terra, abriga 80% da biodiversidade e é responsável por 50% do oxigênio que respiramos”, destacou.
Ele lembrou ainda que, se o oceano fosse um país, seria a quinta maior economia do mundo, com um potencial estimado de movimentar US$ 2 trilhões por ano. Para impulsionar o setor em SC, o governo lançou o Pronamp da Aquicultura com juro zero, estimulando o cultivo responsável e a inovação.
Na sequência, Celles Regina de Matos, presidente da CIDASC, destacou o protagonismo catarinense na produção de organismos aquáticos. “Somos responsáveis por 93% da produção de ostras do país e também o maior produtor de moluscos do Brasil”, afirmou. Ela ressaltou que o setor responde aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente o combate à fome. Segundo Celles, 100 gramas de ostras contêm 64 kcal, 7g de proteína, 4g de carboidrato e 2g de gordura, além de serem uma excelente fonte de zinco. A presidente também reforçou o trabalho da companhia no monitoramento da água para garantir a segurança dos moluscos e evitar a presença de toxinas prejudiciais à saúde.
Durante o painel, Fabiana Alexandre apresentou os avanços recentes da atuação da CIDASC no setor. Entre eles, estão a intensificação das coletas e análises de ficotoxinas, a criação de um manual técnico para padronizar a coleta e análise dos moluscos bivalves em Santa Catarina e o desenvolvimento de um QR code para uso em restaurantes e comércios, permitindo ao consumidor rastrear a origem e a qualidade do produto. Ela também destacou o impacto do Programa Nacional de Moluscos Bivalves Saudáveis (MOLUBIS), com avanços como a classificação de áreas de monitoramento e a realização de análises específicas para cada espécie.
O painel encerrou o espaço Tech 1 reforçando como o mar é uma das maiores fronteiras estratégicas para o desenvolvimento econômico sustentável de Santa Catarina. Com protagonismo em produção, inovação e segurança alimentar, o estado se posiciona como referência nacional na economia azul — uma economia que cuida, preserva e gera valor.
Fotos: Paulo França, Miguel Arcanjo, Fernanda Arruda, João Barradas.