Congresso debate posição do Brasil na produção e comércio mundial de alimentos
A Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confeaeab) e a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Maranhão – Aema realizarão, de 6 a 9 de setembro de 2011, em São Luís-MA, o XXVII Congresso Brasileiro de Agronomia e o IV Congresso Panamericano de Engenheiros Agrônomos. Com o tema "Agronomia sustentável & Brasil viável", o evento buscará debater assuntos como a posição brasileira na produção e comercialização mundial de alimentos, fibras e biomassa dentro de um modelo de sustentabilidade que harmonize produção econômica, equilíbrio ambiental e responsabilidade social.
Esse é o tripé da agronomia sustentável, de acordo com o presidente da Confeaeab, José Levi Pereira Montebelo. Segundo ele, há muitos anos o desafio da agronomia deixou de ser o de apenas o de aumentar a produção. "Não basta produzir, é preciso ser sustentável, ou seja, temos de produzir causando o menor impacto possível", afirmou, ressaltando que o aumento da população mundial e, nos últimos anos, o incremento da renda em países emergentes e populosos como a China e a Índia, têm conferido desafios adicionais à agronomia praticada no Brasil e no mundo.
A mudança de hábitos alimentares nesses países, decorrentes do aumento da renda, não é irrelevante. Segundo relatório recente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), intitulado "agricultural Outlook 2007-2017", esse é um dos fatores que têm pressionado os preços dos alimentos no cenário mundial. Conforme o relatório, em 1980, cada chinês comia por ano cerca de 20 quilos de carne. Atualmente, a média anual per capita está acima dos 50 quilos, segundo dados da FAO. "No momento em que as pessoas passam a ter mais renda, elas passam a consumir mais alimentos, principalmente carne", ressaltou Levi.
Contudo, ele afirma que esse volume de consumo não é tão alto, se comparado com o dos Estados Unidos, maior consumidor per capita de carne do mundo. "A China, assim como a Índia, faz diferença por causa do tamanho de sua população, de mais de 1,3 bilhão de habitantes", explicou. Levi ressalta que a produção equilibrada de alimentos é possível desde que se entenda que não há como todos os países chegarem ao padrão de consumo norte-americano, simplesmente porque não seria possível produzir alimentos para todos os habitantes do planeta nessa "pegada". Ou seja, a quantidade de água e de terra disponível no mundo não seria suficiente para sustentar a população mundial nesse nível de consumo.
Soma-se a essa realidade, o aumento da população mundial, que já atingiu os 7 bilhões de pessoas, e a exigência dos consumidores. "Nesse cenário, será preciso aumentar a produção de alimentos no mundo em torno de 20%, sendo que 40% desse incremento será responsabilidade do Brasil", estimou o presidente da Confaeab. "Os consumidores têm todo o direito de exigir alimentos de qualidade e produção que cause menor impacto no meio ambiente, como tem acontecido cada vez mais", afirmou Levi. Para que isso seja possível, é importante ainda, segundo ele, que a população cobre o trabalho de fiscalização da produção agropecuária e a participação de engenheiros agrônomos habilitados no processo, o que é papel do Sistema Confea/Crea.
Diante da complexidade dos aspectos envolvidos e da responsabilidade da agronomia brasileira no processo, a agronomia brasileira tem assumido vários desafios. As ações têm sido dirigidas, por exemplo, para recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura, pecuária e silvicultura, além de sistema de plantio direto na palha e fixação de nitrogênio. "É uma discussão para ciências agrárias", conclui. "Por isso estamos realizando o Congresso", concluiu o presidente da Confaeab.
Serviço O que: XXVII Congresso Brasileiro de Agronomia e o IV Congresso Panamericano de Engenheiros Agrônomos
Data: 06 a 09 de setembro de 2011.
Local: São Luís-MA
Informações: www.confaeab.org.br
Mariana Silva
Assessoria de Comunicação do Confea





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