Cidades Inteligentes na Prática: painel mostra como inovação, planejamento e execução transformam os municípios

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CREA Summit destaca exemplos reais e desafios para colocar a tecnologia a serviço da qualidade de vida

Por Juliana Galliano

 

O painel “Cidades Inteligentes na Prática: Soluções que Funcionam” trouxe ao CREA Summit 2025 no dia 26.07 uma discussão objetiva sobre como sair do discurso e aplicar soluções reais que façam a diferença na vida das pessoas. Participaram da conversa Cibele Assmann, gerente de inovação da Secretaria de Planejamento Urbano de Florianópolis; Renan Antoniolli, executivo da Tuya Smart; e Luiz Henrique Pellegrini, especialista em cidades inteligentes.

 

Pellegrini abriu o debate destacando que tecnologia não é o fim, e sim o meio para transformar as cidades em ambientes mais sustentáveis e eficientes. “Tudo começa com um diagnóstico”, pontuou. Ele explicou que, para medir a inteligência de uma cidade, são utilizados indicadores internacionais como o ISO e o ranking Connected Smart Cities. Mas ressaltou: “Cidades inteligentes precisam ser pensadas para o cidadão. Colocá-lo no centro é essencial para garantir qualidade de vida, seja no espaço urbano ou rural.”

 

 

Já Cibele apresentou os avanços de Florianópolis no tema. Com 60% do território formado por áreas de preservação ou de uso restrito, a capital catarinense busca soluções equilibradas entre crescimento urbano e sustentabilidade. Premiada como cidade inteligente, Florianópolis aposta no planejamento urbano com participação social, alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e ao Acordo de Paris.

 

 

Entre os projetos em andamento, Cibele destacou o Floripa em Números, plataforma que monitora políticas públicas com base nos ODS; o Living Lab 5G, que testa soluções inovadoras em parceria com a sociedade; o plano de descarbonização apoiado pelo BID, que identificou o transporte individual como o maior emissor de gases de efeito estufa; além de políticas públicas trazidas pelo Floripa Cidade Eficiente, que inclui plataforma de gestão de consumo energético e hídrico, manuais de uso sustentável dos prédios públicos e incentivo à construção sustentável. Também citou o projeto-piloto do CITinova 2, que busca mitigar os efeitos climáticos na região continental da cidade.

 

 

Representando o setor privado, Renan Antoniolli reforçou a importância de transformar dados em ação. “A gente vê muita iniciativa e pouca acabativa”, afirmou. Ele ressaltou que, com 27 bilhões de dispositivos de Internet das Coisas (IoT) no mundo, o desafio não está em captar dados, mas em integrá-los. “Interoperabilidade é fundamental. Os sistemas precisam conversar entre si”, disse, citando como exemplo o trabalho realizado em Copenhague, considerada a primeira cidade inteligente do mundo, que integrou sensores e postes com rede sem fio para iluminação pública, gerando economia e eficiência.

 

 

Outro case citado foi Suzhou, na China, com a instalação de 150 mil luminárias inteligentes. No Brasil, porém, o cenário ainda é inicial: apenas 380 municípios contam com sistemas de telegestão em iluminação pública.

 

O papel da engenharia foi destacado como essencial para fazer a ponte entre as boas ideias e a implementação prática. “Precisamos de execução com base técnica e conhecimento real sobre o que pode ser feito nas cidades”, reforçou Renan.

 

 

Pellegrini encerrou o painel com uma reflexão que resume o espírito do encontro: “É a colaboração entre poder público, iniciativa privada e sociedade que vai nos levar a cidades verdadeiramente inteligentes.”

 

Fotos: Paulo França, Miguel Arcanjo, Fernanda Arruda, João Barradas.

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