Líderes destacam por que o agro catarinense é exemplo para o Brasil no CREA Summit

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Cooperativismo, inovação e sustentabilidade foram apontados como chaves para o futuro do agro em Santa Catarina

Por Juliana Galliano

 

O painel “Oportunidades para o Agro Catarinense” abriu a programação da tarde do dia 26.07 no CREA Summit, no Expocentro de Balneário Camboriú (SC). A discussão reuniu importantes lideranças do setor agrícola e cooperativista do estado: Dirceu Leite, presidente da Epagri; José Almery Padilha, da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC); e Felipe Penter, chefe de gabinete do CREA-SC e mediador do encontro.

 

Penter deu início a conversa, destacando a relevância do agro para o desenvolvimento econômico e social de Santa Catarina. Em sua fala, Padilha apresentou dados robustos que evidenciam a força do cooperativismo catarinense. Segundo ele, mais de 58% da população do estado está ligada a uma cooperativa, totalizando 4,7 milhões de associados, o que coloca Santa Catarina como o estado mais cooperativista do Brasil. Em 2024, o setor apresentou crescimento de 9,8% em comparação a 2023, alcançando R$ 91 bilhões em faturamento.

 

Padilha destacou ainda a geração de empregos: 102,4 mil postos diretos, com crescimento de 7,3% no último ano. “Em 2024, as cooperativas catarinenses contrataram 247 engenheiros, sendo 220 agrônomos e 27 eletricistas”, afirmou. Ele ressaltou também que o sistema cooperativista catarinense exporta para mais de 80 países, com qualidade e competitividade. “Onde há cooperativas, há maior IDH, economia circular e desenvolvimento local”, afirmou.

 

 

 

Representando a Epagri, Leite chamou atenção para a importância da agricultura familiar, presente em 78% dos estabelecimentos rurais, responsável por 50% do valor da produção agropecuária do estado. Santa Catarina lidera a produção suína nacional, é o segundo maior produtor de aves e arroz, e também ocupa posição de destaque na produção de maçã e tilápia. “Temos uma aquicultura em franca ascensão, além de um crescimento expressivo na produção florestal. Nosso desafio é equilibrar esse avanço com sustentabilidade”, abordou.

 

Segundo Leite, a pesquisa agropecuária tem sido fundamental para o avanço da produção com eficiência. “Investimos fortemente em inovação e em políticas públicas de crédito rural. A parceria é uma virtude catarinense que tem feito a diferença no campo”, disse. Para o futuro, apontou os pilares: inovação, sustentabilidade, valorização e prosperidade. “Precisamos pensar também na sucessão familiar. Santa Catarina é um estado bom para viver, trabalhar e prosperar. Neste ano em que a Epagri completa 50 anos de pesquisa, seguimos à disposição para, juntos, evoluirmos rumo a uma SC melhor”.

 

Ao ser questionado por Penter sobre os impactos do chamado “tarifaço” nas exportações, Padilha expressou preocupação com a nova política dos Estados Unidos, que é destino de 14,5% das exportações catarinenses. “Há ameaças sanitárias e barreiras comerciais que podem desestruturar o sistema. Precisamos estar atentos e preparados. Aos jovens, meu conselho é: estudem. O conhecimento é a chave para enfrentar os desafios que vêm pela frente”, destacou.

 

 

 

 

Encerrando, Penter perguntou a Dirceu sobre a internacionalização do agro catarinense. O presidente da Epagri destacou os avanços proporcionados pela pesquisa agropecuária no estado. “Através da inovação científica, conseguimos expandir a produção de culturas como arroz e maçã, com alta produtividade e reconhecimento internacional. Isso reforça o papel estratégico de Santa Catarina no cenário agro global”, concluiu.

 

O painel reforçou o papel de Santa Catarina como uma potência agroindustrial, com um modelo baseado em cooperação, ciência e sustentabilidade — fatores que têm impulsionado o desenvolvimento econômico e social no estado.

 

 

 

Fotos: Paulo França,  Miguel Arcanjo,  Fernanda Arruda, João Barradas.

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