Startups e engenharia na transição energética: painel no CREA Summit destaca sinergias e oportunidades para o setor

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Especialistas reforçam a importância da inovação colaborativa e do protagonismo dos engenheiros na construção de um futuro energético mais sustentável

Por Juliana Galliano

 

Especialistas e lideranças da área de energia e inovação debateram o tema “Startups na energia e engenharia: oportunidades e sinergias”. O painel ocorreu no Crea Summit 2025 dia 26.07, no Expocentro, em Balneário Camboriú (SC). Participaram do encontro Giovane Rosa, CEO da Gás Orgânico e diretor da vertical de energia da ACATE, a engenheira Annelise Anderson Bittencourt, CEO da GE Vernova, e o Prof. Yogui R., da Blue Rock Brasil, referência nacional em inovação aberta.

 

Abrindo o painel, Giovane Rosa destacou o papel estratégico da engenharia na promoção da inovação e da tecnologia. “Juntos, podemos construir projetos incríveis”, afirmou, ao abordar a importância dos engenheiros para a transição energética. Ele apresentou os números da ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia), entidade que reúne mais de 1.800 empresas de Santa Catarina e conta com sete centros de inovação — incluindo uma unidade internacional no Canadá — organizados em verticais que desenvolvem soluções específicas para cada setor.

 

Ao compartilhar sua trajetória empreendedora com a Gás Orgânico, empresa voltada ao aproveitamento de resíduos para geração de energia renovável, Giovane reforçou que pensar em descarbonização e eficiência energética representa uma oportunidade concreta de impacto positivo. “Nosso desafio é transformar o mundo em um lugar mais habitável”, resumiu.

 

Na sequência, Annelise Bittencourt apresentou a atuação da GE Vernova, gigante global do setor energético que conta com unidade em Florianópolis (SC). Ela traçou um panorama da transição energética em curso, destacando a necessidade de integração entre redes inteligentes, novas fontes de energia e equipamentos mais modernos. “Hoje temos carros elétricos e painéis fotovoltaicos, mas 80% dos equipamentos nos Estados Unidos ainda são mecânicos”, alertou.

 

Para ela, os investimentos no setor estão se concentrando em quatro pilares: algoritmos avançados, cibersegurança, inteligência artificial e virtualização. Annelise também apontou as principais tendências que estão moldando o futuro da energia: “A inteligência artificial e as fontes renováveis lideram os investimentos e devem transformar radicalmente o setor nos próximos anos”.

 

 

 

Fechando o painel, o professor Yogui R. trouxe uma visão provocativa e reflexiva sobre o papel do Brasil no cenário global da inovação. “O país ocupa a 50ª posição no ranking mundial de inovação, o que é incompatível com a abundância de nossas riquezas naturais”, comentou. Para o criador do Framework de Inovação, um modelo aberto de gestão de inovação, o avanço tecnológico precisa da engenharia para ser realizado com êxito. “Você não cria cidades bem desenvolvidas sem engenharia. País de TikTok não gera PIB”, afirmou. Segundo ele, o tema da inovação precisa ultrapassar os muros da universidade e se tornar pauta da sociedade. “Só avançamos com a integração entre universidade, associações, setor público e iniciativa privada”, completou.

 

Segundo o professor, os desafios contemporâneos — como o alto consumo energético da inteligência artificial — representam oportunidades para que engenheiros criem soluções sustentáveis e eficientes.

 

O painel encerrou a manhã com uma mensagem clara: a transição energética e o futuro da inovação tecnológica necessitam de sinergias entre startups, engenheiros, grandes empresas e políticas públicas. A integração desses agentes é essencial para acelerar o desenvolvimento de soluções que respondam aos desafios ambientais, sociais e econômicos.

 

 

Fotos: Paulo França,  Miguel Arcanjo,  Fernanda Arruda, João Barradas.

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