9º Seminário de Mobilidade Urbana e Acessibilidade e 1º Seminário Nacional de Acessibilidade reforçam compromisso do CREA-SC com cidades inclusivas

 

 

O CREA-SC realizou, nesta terça-feira (5/11), o 9º Seminário de Mobilidade Urbana e Acessibilidade e o 1º Seminário Nacional de Acessibilidade, no Auditório do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em Florianópolis. Com uma programação intensa, das 8h às 18h, o evento reuniu profissionais, autoridades e especialistas para discutir soluções que promovam cidades mais acessíveis, seguras e sustentáveis.

 

 

Autoridades destacam importância da acessibilidade como eixo estruturante das cidades

 

 

A abertura contou com manifestações de autoridades que reforçaram o papel estratégico da engenharia e das políticas públicas na construção de ambientes inclusivos.

 

O coordenador da Comissão de Acessibilidade do CREA-SC, Eng. Daniel Faganello, deu as boas-vindas aos participantes e agradeceu ao Confea pela oportunidade de sediar em Santa Catarina o primeiro seminário nacional sobre o tema. “É uma honra receber em nosso estado o 1º Seminário Nacional de Acessibilidade. Agradeço a todos que estão aqui presencialmente e também aos que nos acompanham pelo canal do CREA-SC no YouTube. Esse diálogo é essencial para construirmos cidades e ambientes mais inclusivos.”

 

 

 

A 1ª vice-presidente do CREA-SC, Eng. Kamila Rodrigues da Silva, ressaltou o compromisso da autarquia para além da fiscalização profissional, promovendo também o debate sobre questões sociais e de cidadania. “O CREA-SC tem o dever de contribuir para uma sociedade mais justa e acessível. Atuamos em parceria com diversos órgãos e investimos em iniciativas como o Seminário de Acessibilidade e a Cartilha de Acessibilidade, além de oferecer acesso gratuito às normas da ABNT aos profissionais.”

 

 

 

 

 

 

Representando o prefeito de Florianópolis, Eng. Rafael Hanne, secretário municipal de Infraestrutura e Manutenção da Cidade, destacou a importância da sensibilidade técnica e humana no enfrentamento dos desafios urbanos. Ele mencionou os problemas e desafios enfrentados pela secretaria e apresentou projetos de melhorias em andamento na capital, incluindo a triplicação da SC-401.

 

 

 

O diretor de Benefícios da Mútua Nacional, Eng. Evânio Ramos Nicoleit, destacou as ações da entidade voltadas à inclusão e ao bem-estar dos profissionais do Sistema. “Não há como discutir acessibilidade e mobilidade sem envolver a engenharia, a agronomia e as geociências. A Mútua desenvolve programas de inclusão, combate à discriminação e apoio às pessoas com deficiência e aos profissionais em diferentes fases da vida. Nosso papel é oferecer suporte tecnológico e social, valorizando a profissão e a cidadania.”

 

 

 

 

 

 

 

 

Participação online reforça engajamento nacional

 

De forma remota, o presidente do CREA-SC, Eng. Kita Xavier, parabenizou os organizadores e reafirmou o compromisso da gestão com a qualificação e com a colaboração social. Ele mencionou eventos importantes, como o congresso nacional dos profissionais focados em cidades inteligentes e no indivíduo como agente transformador. Agradeceu o apoio do prefeito Topázio e ressaltou a importância de cargos técnicos para melhorar a qualidade de vida e a segurança da sociedade.

 

O presidente do Confea, Eng. Vinícius Marchese, também participou online, destacando o protagonismo de Santa Catarina na pauta da acessibilidade. “Agradeço ao CREA-SC pela realização conjunta deste evento. A acessibilidade e a mobilidade são áreas que dependem diretamente da engenharia. Parabenizo o Eng. Daniel Faganello pelo trabalho de destaque nacional nessa área e reforço que o Confea está à disposição para apoiar as ações que fortaleçam o Sistema e a inclusão em todo o país.”

 

 

 

 

Engenharia e inclusão em foco

 

 

A programação técnica contou com palestras, painéis e minicursos conduzidos por especialistas renomados. A palestra de abertura foi ministrada pelo Eng. Alexandre Schaffer, secretário de Infraestrutura e Mobilidade do Estado, com o tema “Mobilidade Urbana e Acessibilidade”.

 

Na sequência, o Eng. Daniel Faganello apresentou “Além da Rampa: Inclusão e Engenharia na Criação de um Mundo sem Barreiras”, seguida pela exposição do promotor de justiça Eduardo dos Santos, que abordou o papel do Ministério Público nas ações de mobilidade e acessibilidade urbana. O Eng. Elias Renã Maletz complementou o debate com reflexões sobre tecnologia assistiva.

 

À tarde, a programação incluiu minicursos práticos com os engenheiros Carlos Kümmel Félix, Estefânia Bordin e Silvania Miranda do Amaral, que trataram de temas como acessibilidade em edificações públicas, mobilidade urbana e inspeção predial acessível. O encerramento foi marcado por um debate interativo entre palestrantes e participantes, reforçando a importância da engenharia como agente de transformação social.

 

 

Minicursos abordam aspectos relacionados e legislação em acessibilidade

O engenheiro Carlos Kümmel Félix, especialista em mobilidade, abordou os desafios da mobilidade e da acessibilidade, destacando o quanto essas questões impactam diretamente a vida em sociedade. “A engenharia, historicamente, sempre contribuiu para a formação do sistema urbano, o que a torna essencial nas discussões sobre esses temas. No entanto, muitas vezes não nos damos conta de como esses aspectos afetam nosso cotidiano”, disse.

 

Carlos ressaltou que é necessário qualificar os espaços urbanos, pois nada é verdadeiramente sustentável se não for acessível e seguro. “A mobilidade e a acessibilidade são forças vitais das cidades, indispensáveis para garantir qualidade de vida. A mobilidade urbana precisa passar rapidamente por um processo de transformação para se tornar, de fato, uma mobilidade humana”, concluiu.

 

 

 

 

 

A Engenheira Estefânia Bordin, mestre em Engenharia de Transportes, complementou as informações sobre o mesmo tema, apresentando exemplos de inovações em mobilidade implementadas em diversas cidades do Brasil e do exterior.
Ela elucidou, entre outros pontos, os princípios fundamentais das calçadas e seus elementos, como a criação de espaços atraentes e com dimensionamento adequado, sinalização, drenagem e segurança coerentes, eficientes e permanentes, além de superfícies qualificadas, conexões seguras e acessibilidade universal.

 

Estefânia também destacou soluções voltadas à segurança e à acessibilidade em travessias e cruzamentos, como as ilhas de refúgio para pedestres, as extensões de calçadas, o aumento das esquinas e das áreas destinadas à circulação de pedestres, bem como os avanços de calçadas — medidas que reduzem o tempo de travessia, estreitam as vias, diminuem a velocidade dos veículos e tornam o deslocamento urbano mais seguro.

 

“Podemos aprimorar nosso trabalho e nossa mão de obra para gerar benefícios reais às cidades”, afirmou, elogiando a iniciativa do Crea-SC com a realização do Seminário, dos minicursos com especialistas, das parcerias acadêmicas e da Cartilha de Acessibilidade, além de mencionar outros setores e portais de especialização.

 

Inspeção predial e acessibilidade

 

 

 

 

A relação entre inspeção predial e acessibilidade foi abordada pela Eng. Silvania Miranda do Amaral, conselheira do Crea-SC, especialista em perícias e avaliações, coordenadora adjunta da Comissão de Acessibilidade e coordenadora do GT de Perícias, além de diretora adjunta do IBAPE Nacional e diretora do IBAPE-SC.

 

 

Ela destacou as normas técnicas e sua aplicação, abordando as recomendações técnicas em diferentes patamares de urgência para a correção de anomalias, falhas de uso, operação, manutenção e não conformidades apontadas pelos inspetores prediais. Também explicou as etapas da metodologia de inspeção predial.

 

 

A engenheira mencionou ainda a parceria entre o Crea-SC e o IBAPE-SC, que resultou em um Projeto de Lei que visa tornar obrigatória a inspeção predial de edificações e equipamentos públicos e privados no estado de Santa Catarina. O projeto está agora nos trâmites em nível federal, já que a legislação atual é antiga.

 

“Bom seria se toda a população não ficasse presa apenas à legislação. Ao tornar o mundo mais acessível, não estamos apenas ajudando pessoas, mas enriquecendo a todos, porque um ambiente acessível é mais justo, mais criativo e mais humano.”, apontou.

 

 

 

A especialista em acessibilidade, Eng. Lenita Secco Brandão, representa o Crea-SP como conselheira na ABNT, e explanou uma versão simplificada da NBR 9050, que estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e rural, e de edificações quanto às condições de acessibilidade.

 

“Toda vez que nos formos fazer um projeto temos que dar autonomia para as pessoas com deficiência, além de um ambiente confortável e com segurança, para que não haja imprevistos”, ressaltou a engenheira esclarecendo que a norma não é somente informativa, é obrigatória.